terça-feira, 7 de maio de 2013

Ciência – Mundo Cientifico - Carne de larvas como proteína sustentável



Ciência – Mundo Cientifico -

Carne de larvas como proteína sustentável
Por Discovery Brasil
31 de janeiro de 2013

Esqueça a carne e até o leite. Se você procura uma fonte de proteína substancial e sustentável, as larvas de tenébrio são uma ótima opção.
Se comparada à proteína comestível da carne de boi, frango ou porco, a produção da mesma quantidade de proteína das larvas de tenébrio, uma espécie de besouro, emite menos gases-estufa e exige uma área muito menor de terra cultivável, concluiu um estudo publicado na revista científica PLoS ONE.
Suas conclusões sustentam o argumento de que os consumidores conscientes fariam bem em incluir as larvas do besouro em sua dieta.
“Este estudo demonstra que as larvas de tenébrio deveriam ser consideradas uma fonte mais sustentável de proteína comestível”, afirmam os autores do estudo.
A ideia de que insetos são mais sustentáveis que o gado de corte não é nova, mas o estudo foi o primeiro a quantificar o impacto ambiental do consumo de larvas quando comparado à ingestão das carnes tradicionais.
Para chegar a esses números, os biólogos da Universidade de Wageningen, na Holanda, analisaram a produção de duas espécies de tenébrios de uma fazenda local. Eles calcularam o teor de proteína e avaliaram os efeitos ambientais, quantificando o potencial aquecimento global, o consumo de combustíveis fósseis e o uso da terra.
Comparados à produção de leite ou de carnes tradicionais, as larvas saíram na frente na maioria dos quesitos.
Uma das vantagens é que essas larvas, semelhantes a minhocas, não emitem metano – e também são prolíficas. Dependendo da espécie, as fêmeas produzem até 1.500 ovos ao longo da vida. As larvas se desenvolvem rapidamente, convertendo seu alimento em proteína de forma eficiente, com um teor semelhante ao da carne de frango, mas ainda mais rica que a de porco ou boi.
No entanto, as fazendas precisam de energia para aquecer as larvas quando a temperatura ambiente cai. Segundo os autores do estudo, esses detalhes podem ser solucionados com a realização de novas pesquisas.
A demanda por alimentos de origem animal deve subir até 80% até 2050. As larvas do tenébrio e de outros insetos podem ser parte da solução.
“Reduzir a expansão das terras cultiváveis é um passo crucial na direção da agricultura sustentável”, escreveram os biólogos. “A crescente população mundial precisará ser alimentada com a ocupação da mesma área disponível no momento. As larvas do tenébrio exigem apenas 43% da área utilizada na produção de um quilo de proteína animal comestível, como o leite, e apenas 10% da terra ocupada para a produção de carne”.


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