sábado, 4 de maio de 2013

Ciência – Mundo Cientifico - Comer tofu pode melhorar sua vida sexual



Ciência – Mundo Cientifico -

Comer tofu pode melhorar sua vida sexual
Por Discovery Brasil
14 de dezembro de 2012

As pessoas que ingerem tofu e outros alimentos de origem vegetal podem ter uma vida sexual melhor do que aquelas que consomem carne. É o que sugere um novo estudo, que descobriu que certas substâncias presentes nos vegetais podem influenciar os níveis de hormônios e aumentar a atividade sexual.
A pesquisa, publicada na revista Hormones and Behavior, é a primeira a observar a conexão entre compostos de estrogênio de origem vegetal, ou fitoestrogênio, e o comportamento de primatas selvagens, neste caso, um grupo de macacos cólobos vermelhos de Uganda.
Tal como os primatas, é possível que o seres humanos experimentem efeitos semelhantes ao ingerir esses compostos. “Este é um dos primeiros estudos realizados em um ambiente natural, e fornece evidências de que as substâncias químicas das plantas podem afetar diretamente a fisiologia e o comportamento de um primata selvagem ao atuar sobre o sistema endócrino”, afirmou Michael Wasserman, chefe da pesquisa, em um comunicado à imprensa.
Wasserman conduziu a pesquisa como aluno de pós-graduação do Departamento de Ciência Ambiental, Política e Gestão da Universidade da Califórnia, em Berkeley. Ele acrescenta que “ao alterar os níveis de hormônio e comportamentos sociais importantes para a reprodução e saúde, as plantas podem desempenhar um papel importante na evolução dos primatas – incluindo os seres humanos – cuja biologia tem sido subvalorizada”.
Durante onze meses, Wasserman e sua equipe acompanharam um grupo de macacos vermelhos no Parque Nacional de Kibale, em Uganda, e registraram o que eles comiam. Para as observações comportamentais, os pesquisadores se concentraram nas agressões, marcando o número de perseguições e lutas, a frequência de acasalamento e o tempo dos rituais [de acasalamento]. Os cientistas também coletaram amostras fecais para avaliar alterações nos níveis de hormônios.
Os pesquisadores descobriram que os macacos vermelhos machos que comiam folhas de Millettia dura, uma árvore tropical que contém compostos semelhantes ao estrogênio, continham os níveis mais altos de estradiol e cortisol.
Eles também descobriram que as taxas alteradas de hormônios produziam mais atos sexuais e de agressão, e que menos tempo era gasto nos rituais de acasalamento – um comportamento importante para as conexões sociais em primatas.
Essa árvore tropical é um parente próximo da soja, também considerada uma planta com elevados níveis de fitoestrogênios. “Mulheres na menopausa muitas vezes utilizam produtos à base de soja para aliviar alguns dos sintomas, e me interessei em descobrir qual era o impacto desses alimentos nos machos. Os machos parecem tornar-se mais másculos, ao contrário do que poderíamos esperar”.
A coautora do estudo, Katharine Milton, especialista em ecologia alimentar de primatas e professora do Departamento de Ciências Ambientais da Universidade de Berkeley, acrescentou que “com toda a preocupação atual em relação ao consumo de fitoestrogênios por seres humanos por meio de derivados da soja, é muito útil saber mais sobre a exposição de primatas a esses compostos e, por analogia, de seres humanos. Isso é particularmente verdadeiro para determinar a influência de fitoestrogênios sobre o comportamento reprodutivo, que é a pedra fundamental de toda a seleção natural”.
Os pesquisadores se apressam em apontar que vários fatores influenciam as taxas de hormônios e o comportamento de primatas. “Não queremos uma defesa falaciosa de um estuprador que alega ter comido tofu demais, ou algo ridículo como isso”. No estudo, os níveis de hormônios endógenos dos primatas permitiam prever com mais segurança certos comportamentos, enquanto os fitoestrogênios desempenhavam um papel secundário.
Wasserman, que faz pós-doutorado no Departamento de Antropologia da Universidade McGill, e seus colegas agora analisam a relação entre o fitoestrogênio e outras espécies de primatas, incluindo nosso parente vivo mais próximo, o chimpanzé, para determinar a frequência das plantas estrogênicas na dieta de primatas selvagens.
“Os ancestrais humanos tinham a maior parte de sua dieta composta por plantas silvestres tropicais e nossa biologia mudou pouco desde esses tempo, e relações semelhantes às encontradas aqui devem ter ocorrido ao longo de nossa história evolutiva”, explica Wasserman.
Neste último estudo, os pesquisadores observaram que a dieta do macaco cólobo vermelho contém uma quantidade elevada de folhas, enquanto a dieta dos chimpanzés, macacos e outros ancestrais humanos consiste basicamente de frutas. Um dos objetivos de Wasserman é comparar a presença de fitoestrogênio em folhas e frutas silvestres.
Wasserman afirma que “se o fitoestrogênio existir em uma proporção significativa na dieta de um primata frugívoro e seu consumo tiver efeitos fisiológicos e comportamentais similares aos observados no macaco vermelho, então as plantas estrogênicas provavelmente desempenharam um papel importante na evolução humana”.
“Depois de estudar os efeitos dos fitoestrogênios em macacos e primatas frugívoros, podemos ter uma noção melhor de como os compostos de estrogênio podem influenciar a saúde e o comportamento humano”.
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