terça-feira, 7 de maio de 2013

Ciência – Mundo Cientifico - Magreza instantânea: O que acontece ao corpo durante o jeju...



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Magreza instantânea: O que acontece ao corpo durante o jeju...
Por Discovery Brasil
01 de fevereiro de 2013

Matthew McConaughey perdeu treze quilos. Hugh Jackman emagreceu pelo menos nove. Anne Hathaway perdeu onze. As celebridades de Hollywood perdem peso para interpretar papéis que variam de um paciente com AIDS a uma prostituta desamparada através de um método simples (mas radical): o jejum total ou parcial.
“Leva um tempo para o corpo perceber que precisa se alimentar de si mesmo e não receber nada de fora”, explicou McConaughey à ABC. “Quando faço isso, minha aparência não é saudável”.
Hathaway, que perdeu sete dos onze quilos em um período de duas semanas – comendo apenas duas tigelas de mingau de aveia por dia – diz que passar fome a fez perder o sono .
“Eu tinha que ser obsessiva, a ideia era parecer quase morta”, contou à Vogue. “Analisando a experiência – e eu não a julgo de forma alguma – com certeza foi um pouco extrema”.
Os efeitos colaterais são previsíveis, afirma a nutricionista Joy Dubost, porta-voz da Academia de Nutrição e Dietética. “Você submete o corpo a um tremendo estresse”.
Entre as primeiras 24-48 horas de privação de calorias, o corpo esgota as reservas de glicogênio dos músculos e do fígado — em suma, são as reservas de carboidratos que fornecem energia rapidamente, explica Dubost. Em seguida, o organismo começa a quebrar as moléculas de gordura e proteína no interior dos músculos para produzir energia. Durante o processo, o metabolismo diminui para conservar a energia e as reações hormonais flutuam.
Se você também se privar de água, seu estado piora rapidamente, alerta Dubost. A desidratação pode levar à queda da pressão arterial e até provocar uma parada cardíaca.
“No primeiro dia de filmagens, eu não bebi água ou qualquer outro líquido por 36 horas, um truque que aprendi com um treinador para ficar com as bochecas e os olhos encovados”, contou Jackman ao The Sun. “Então decidi fazer isso — e me arrependi um pouco vinte horas depois. Quando vi a primeira tomada, fiquei feliz por ter feito isso. Mas tive fortes dores de cabeça, fiquei meio zonzo, e muito, muito mal-humorado”.
O que Jackman sentiu, segundo Dubost, foram sintomas de desidratação — que, se forem ignorados, podem ter consequências graves, como lesão cerebral, convulsões, e em casos extremos, a morte.
“Não se deve encarar isso com leviandade”, alerta Dubost. “Infelizmente, muitas pessoas acreditam que podem imitar o que as celebridades fazem, e esse não é o caso”.
Embora Dubost não veja nenhum benefício no jejum total, outros acreditam que uma forma mais branda de privação alimentar pode ajudar determinadas populações. Eles sugerem que o jejum intermitente produz um estresse leve no organismo, semelhante ao provocado pelos exercícios físicos.
“O exercício é um estresse energético, em que há um aumento marcante do gasto de energia”, explica Mark Mattson, chefe do Laboratório de Neurociências do Instituto Nacional de Envelhecimento. Optar pelo jejum intermitente pode funcionar de forma semelhante ao “gerar o estresse energético de forma oposta, através da redução da disponibilidade energética”.
E quanto as reações adaptativas ao estresse brando decorrente da privação de alimento? Em estudos com animais, Mattson e outros pesquisadores descobriram alterações positivas nas células nervosas. O jejum intermitente ou periódico pode proteger os neurônios dos danos provocados pelo estresse oxidativo, por exemplo, e melhorar a regulação da glicose.
Um estudo realizado em humanos mostrou que mulheres propensas ao câncer de mama queimam mais gordura e apresentam maior sensibilidade à insulina – em uma dieta com dois dias de ingestão extremamente baixa de calorias – do que as que consumiram um número baixo, mas constante, de calorias por dia.
Na verdade, Mattson afirma que há evidências em estudos com animais, e começam a surgir outras em pesquisas com seres humanos, de que o risco de se contrair doenças sérias e incuráveis, como o Mal de Alzheimer, pode ser reduzido com determinados tipos de dieta e exercícios.
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