Ciência – Mundo Cientifico -
Robôs auxiliam explorações arqueológicas
Por Discovery Brasil
27 de maio de 2013
Os
avanços da robótica não só proporcionaram ao ser humano uma melhor qualidade de
vida como contribuíram para diversas pesquisas científicas. Um dos robôs mais
conhecidos do mundo é o jipinho Curiosity (2012) e suas versões anteriores –
Opportunity e Spirit – enviados pela NASA, em 2004, para explorar a superfície
de Marte.
Mas o espaço não é o único beneficiado pelas “habilidades” dos
robôs guiados por controle remoto: eles também elevaram a pesquisa arqueológica
a um novo patamar. Hoje, os robôs são a melhor a opção para sondar áreas
inexploradas sem as interferências e alterações drásticas ocasionadas pelas
técnicas de exploração tradicionais, como as escavações.
Recentemente, o drone Tláloc II-TC ajudou os arqueólogos do
Instituto Nacional de Arqueologia e História do México a explorarem a extensão
de um túnel de aproximadamente dois mil anos de idade. Ele foi descoberto no
Templo da Serpente Emplumada de Teotihuacan, uma antiga cidade mexicana
localizada nas redondezas da capital do país, que já foi considerada uma das
maiores cidades do mundo. Abalada por invasores estrangeiros e revoluções
internas, Teotihuacan se transformou em uma das principais atrações para
arqueólogos e turistas que visitam o México.
Tláloc é um drone composto por três sistemas robóticos
diferentes. O maior transporta os dois mecanismos menores através do túnel
repleto de escombros. Quando o drone chega à câmara, um segundo veículo se
desacopla do primeiro e explora o espaço por meio de um scanner infravermelho.
Finalmente, o terceiro e menor dos artefatos se desloca para gravar um vídeo do
local.
As primeiras pesquisas revelaram alguns dados interessantes: o
túnel foi construído antes do Templo da Serpente Emplumada e da Cidadela,
estruturas que foram palco de diversos rituais relacionados ao mito da criação.
Os túneis estariam relacionados ao conceito de Inframundo, um caminho até as
câmaras funerárias.
“Segundo nossa hipótese, neste lugar eram realizados rituais em
que os governantes da cidade eram empossados no plano terreno. A descoberta de
objetos, como um par de cestos de vime (um material sem nenhum registro
anterior em Teotihuacan), reafirma que personalidades de alto escalão, como
sacerdotes e os próprios governantes, utilizavam este túnel para essa
finalidade”, explica Sergio Gómez Chávez, diretor do projeto de exploração.
Relatos mais recentes revelam que não existe uma única câmara
subterrânea, como se acreditava a princípio. Sobre isso, Chávez declara: “Os
dados enviados pelo scanner foram importantes porque prevíamos a existência de
apenas um espaço amplo, e agora sabemos que são três câmaras. O próximo passo
será tomar as medidas para a remoção dos sedimentos e do material colocado
pelos teotihuacanos para bloquear esse último trecho do túnel”.
Os arqueólogos ainda precisam explorar uma série de espaços para
descobrir que tipo de rituais e oferendas eram realizados nessa câmara, mas com
a ajuda da tecnologia e do conhecimento científico, o processo será mais
acelerado.
Texto em
PDF:
Disponível
em < http://noticias.discoverybrasil.uol.com.br/robos-auxiliam-exploracoes-arqueologicas/
> Acesso dia 30 de maio de 2013.
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