quinta-feira, 30 de maio de 2013

Ciência – Mundo Cientifico - Robôs auxiliam explorações arqueológicas


 
Ciência – Mundo Cientifico -
Robôs auxiliam explorações arqueológicas

Por Discovery Brasil
27 de maio de 2013

Os avanços da robótica não só proporcionaram ao ser humano uma melhor qualidade de vida como contribuíram para diversas pesquisas científicas. Um dos robôs mais conhecidos do mundo é o jipinho Curiosity (2012) e suas versões anteriores – Opportunity e Spirit – enviados pela NASA, em 2004, para explorar a superfície de Marte.
Mas o espaço não é o único beneficiado pelas “habilidades” dos robôs guiados por controle remoto: eles também elevaram a pesquisa arqueológica a um novo patamar. Hoje, os robôs são a melhor a opção para sondar áreas inexploradas sem as interferências e alterações drásticas ocasionadas pelas técnicas de exploração tradicionais, como as escavações.
Recentemente, o drone Tláloc II-TC ajudou os arqueólogos do Instituto Nacional de Arqueologia e História do México a explorarem a extensão de um túnel de aproximadamente dois mil anos de idade. Ele foi descoberto no Templo da Serpente Emplumada de Teotihuacan, uma antiga cidade mexicana localizada nas redondezas da capital do país, que já foi considerada uma das maiores cidades do mundo. Abalada por invasores estrangeiros e revoluções internas, Teotihuacan se transformou em uma das principais atrações para arqueólogos e turistas que visitam o México.
Tláloc é um drone composto por três sistemas robóticos diferentes. O maior transporta os dois mecanismos menores através do túnel repleto de escombros. Quando o drone chega à câmara, um segundo veículo se desacopla do primeiro e explora o espaço por meio de um scanner infravermelho. Finalmente, o terceiro e menor dos artefatos se desloca para gravar um vídeo do local.

As primeiras pesquisas revelaram alguns dados interessantes: o túnel foi construído antes do Templo da Serpente Emplumada e da Cidadela, estruturas que foram palco de diversos rituais relacionados ao mito da criação. Os túneis estariam relacionados ao conceito de Inframundo, um caminho até as câmaras funerárias.
“Segundo nossa hipótese, neste lugar eram realizados rituais em que os governantes da cidade eram empossados no plano terreno. A descoberta de objetos, como um par de cestos de vime (um material sem nenhum registro anterior em Teotihuacan), reafirma que personalidades de alto escalão, como sacerdotes e os próprios governantes, utilizavam este túnel para essa finalidade”, explica Sergio Gómez Chávez, diretor do projeto de exploração.

Relatos mais recentes revelam que não existe uma única câmara subterrânea, como se acreditava a princípio. Sobre isso, Chávez declara: “Os dados enviados pelo scanner foram importantes porque prevíamos a existência de apenas um espaço amplo, e agora sabemos que são três câmaras. O próximo passo será tomar as medidas para a remoção dos sedimentos e do material colocado pelos teotihuacanos para bloquear esse último trecho do túnel”.
Os arqueólogos ainda precisam explorar uma série de espaços para descobrir que tipo de rituais e oferendas eram realizados nessa câmara, mas com a ajuda da tecnologia e do conhecimento científico, o processo será mais acelerado.
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