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Má nutrição no mundo custa US$ 3,5 trilhões por ano, diz
FAO
Por BBC Brasil
04 de maio de 2013
A má nutrição custa ao
mundo cerca de US$ 500 (aproximadamente R$ 1 mil) por indivíduo ou US$ 3,5
trilhões (R$ 7 trilhões) por ano, valor equivalente ao PIB da Alemanha, a maior
economia da Europa, de acordo com cálculo publicado em um novo relatório das Nações
Unidas.
O
montante também equivale a 5% do PIB mundial e foi calculado com base nos
custos relativos à perda de produtividade e gastos com a saúde gerados por uma dieta deficiente.
Os
dados constam de relatório publicado nesta terça-feira pela Organização das
Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). No documento, o diretor do
órgão, o brasileiro José Graziano, pediu esforços mais consistentes para
erradicar a má nutrição.
O
estudo assinala que a alimentação precária das mães e das crianças continua a
reduzir a qualidade e a expectativa de vida de milhares de pessoas, assim como
problemas relacionados à obesidade, como doenças cardíacas e diabetes.
"Atores
e instituições devem trabalhar conjuntamente em todos os setores para reduzir
mais efetivamente a desnutrição, a deficiência nutricional, o sobrepeso e a
obesidade", diz o relatório.
O órgão
alerta ainda que, embora cerca de 870 milhões de habitantes do planeta ainda
passem fome, segundo dados do biênio 2010-2012, outros bilhões sofrem com a má
ingestão de alimentos.
A FAO
estima que 2 bilhões de pessoas têm deficiências de um ou mais micronutriente,
enquanto outras 1,4 bilhão estão com sobrepeso, das quais 500 milhões já são
obesas.
Além
disso, 25% de todas as crianças abaixo de cinco anos sofrem com baixa estatura
e outras 31% possuem deficiência de vitamina A.
Recomendações
Para
combater a má nutrição, a FAO sustenta que dietas saudáveis e uma boa
alimentação devem começar pelo tratamento da comida e dos produtos agrícolas.
Segundo
o relatório, a maneira como os alimentos são cultivados, processados,
transportados e distribuídos tem forte influência nos hábitos alimentares da
população.
Entre
as medidas destacadas pelo estudo está o uso apropriado de políticas agrícolas, investimento e pesquisa para aumentar a
produtividade, não apenas dos grãos como milho, arroz e trigo, mas também de
legumes, carne, leite, vegetais e frutas, todos ricos em nutrientes.
Outra
recomendação do órgão é evitar o desperdício, que atualmente responde por um
terço de toda a comida produzida todos os anos para consumo humano no mundo. De
acordo com a FAO, isso poderia aumentar a disponibilidade de alimentos bem como
reduzir seu preço, além de diminuir a pressão sobre a terra e outros recursos
naturais.
O
estudo também chama atenção para outro ponto importante relacionado ao papel
das mulheres no combate à má nutrição. Segundo a FAO, quanto maior controle as
mulheres tiverem sobre os recursos e a renda das famílias, maior é o benefício para a saúde delas e de seus filhos.
O órgão
também destaca iniciativas de combate à má nutrição pelo mundo, incluindo o
programa Fome Zero, no Brasil. No relatório, a FAO elogia o Brasil pelas
medidas tomadas na erradicação da alimentação precária da população.
O país
apresenta um dos menores índices de crianças com deficiência de crescimento na
América Latina (7,1%), atrás apenas do Chile (2%) e da Costa Rica (5,6%). No
entanto, o Brasil ainda tem a maior proporção de menores de cinco anos anêmicos
na região (54,9% do total).
Texto
em PDF:
Disponível em < http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/06/130604_ma_nutricao_fao_relatorio_lgb.shtml
> Acesso dia 04 de junho de 2013.
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