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Nova droga pode reduzir em mais
da metade risco de câncer de mama
Por BBC Brasil
12 de dezembro de 2013
O anastrozol impede a produção do hormônio estrógeno, que impulsiona o
câncer
Um estudo britânico com 4 mil
mulheres mostrou que o uso da droga anastrozol pode reduzir em mais da metade a
probabilidade de desenvolvimento de câncer de mama em pacientes
de alto risco.
O estudo da Universidade Queen Mary, de Londres, foi
publicado na revista Lancet. Além de mais barato, o anastrozol se
mostrou mais eficaz e apresentou menos efeitos colaterais que os medicamentos
habituais.
O estudo dividiu as mulheres em dois
grupos, ambos com pacientes consideradas de alto risco (por
possuírem histórico de câncer na família).
No primeiro grupo, no qual as
mulheres não receberam o anastrozol, 85 dentre 2 mil mulheres desenvolveram
câncer de mama. Já no segundo grupo, que recebeu o medicamento, apenas 40 entre
20 mil mulheres tiveram câncer. Não houve registro de efeitos colaterais.
O estudo mostrou que o anastrozol impede a produção do hormônio
estrógeno, substância que tende a impulsionar o crescimento da maioria dos
cânceres de mama.
O chefe da pesquisa, professor Jack Cuzick, comemorou a descoberta,
lembrando que "o câncer de mama é de longe o mais comum entre as mulheres
e agora temos chances de reduzir os casos".
"Esse tipo de droga é mais efetiva que as habituais como o
tamoxifeno e, o que é crucial, tem menos efeitos colaterais".
Pós-menopausa
O estudo também concluiu que o anastrozol apenas não consegue impedir a
produção de estrógeno nos ovários, o que o faz efetivo apenas se ministrado a
mulheres que já passaram pela menopausa.
Nesse caso, o medicamento mais indicado seria o tamoxifeno, cujo custo é
igualmente baixo, por causa da patente já vencida.
Alguns países já disponibilizam o
tamoxifeno, além do raloxifeno, como medicamento preventivo. Ambas igualmente
bloqueiam a produção de estrógeno. No caso do tamoxifeno, antes e depois da
menopausa. O ponto negativo é que ambos também aumentam o risco de câncer de útero e
trombose venosa profunda.
Rede pública
Médicos e ativistas já começaram a
pedir que o medicamento esteja disponível na rede pública de saúde da
Grã-Bretanha. Alguns chegam a sugerir que o remédio seja oferecido a mulheres
saudáveis.
Em 2013, o Instituto
Nacional de Saúde e Tratamento de Excelência da Inglaterra e do País de
Gales recomendou o uso de tamoxifeno a mulheres de alto risco e com mais de 35
anos.
Considerando que a recomendação poder ser extendida ao anastrozol, isso significa
que até 240 mil mulheres possam ser beneficiadas na Grã-Bretanha, segundo a ONG
Cancer Research UK.
Para a professora Montserrat Garcia-Closas, do Institute of Cancer
Research de Londres, que conduziu o maior estudo sobre câncer de mama,
"esta é uma descoberta muito significativa e muito importante".
"A questão agora é se a droga vai reduzir a mortalidade e se vai
requerer mais estudos. Mas isso já traz importantes evidências de que a dorga
pode ser uma alternativa ao tamoxifeno", disse.
Texto em PDF:
Disponível em <
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/12/131211_anastrozol_cancer_mama_mm.shtml
> Acesso dia 13 de dezembro de 2013.
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