Ciência – Mundo Cientifico –
Profissionais transformam estatísticas em vantagens
no futebol
Por G1 Fantástico
04 de maio de 2014
Quem joga
em casa, com o apoio da torcida, joga melhor realmente ou não?
De onde que
sai mais gols, de dentro da área ou chutando de longe?
O escanteio
é uma boa oportunidade para fazer um gol?
Faltam 40
dias para a Copa do Mundo e o Fantástico inicia uma série de reportagens sobre
uma novidade que tem entrado em todos os campos do mundo: a matemática.
O futebol
historicamente sempre foi o território do imprevisível, do acaso - a tal
caixinha de surpresas.
“É
importantíssimo pra gente. Para o técnico ter uma definição de como ele vai
jogar com a equipe adversária, de como ele vai trabalhar no treinamento, como
ele vai trabalhar o próprio jogador”, afirma Felipão, técnico da seleção
brasileira de futebol.
Contador
da Força Aérea Britânica foi pioneiro na análise de estatísticas do futebol
Era justamente assim que pensava o pioneiro desse tipo de análise, quase 65 anos atrás. Na tarde de 19 de março de 1950, Charles Reep, um contador da Força Aérea Britânica, foi assistir a um duelo do Campeonato Inglês. Sacou caderno e caneta e passou a fazer observações, para mapear o que ocorria no jogo. Anotava tudo: números de toques na bola, chutes a gol, posicionamento em campo. Mais tarde, em casa, analisava e organizava os dados. Reep computou mais de 2.200 jogos.
Era justamente assim que pensava o pioneiro desse tipo de análise, quase 65 anos atrás. Na tarde de 19 de março de 1950, Charles Reep, um contador da Força Aérea Britânica, foi assistir a um duelo do Campeonato Inglês. Sacou caderno e caneta e passou a fazer observações, para mapear o que ocorria no jogo. Anotava tudo: números de toques na bola, chutes a gol, posicionamento em campo. Mais tarde, em casa, analisava e organizava os dados. Reep computou mais de 2.200 jogos.
Encontramos
na Inglaterra essas relíquias, os manuscritos originais. Ele descobriu que um
time marcava a cada nove chutes a gol. Que roubar a bola perto da área dos rivais aumentava as chances de
balançar as redes em 30%. Nascia, ali, um novo jeito de pensar esse esporte.
A Inglaterra de Reep se tornou o centro mundial dessa nova era do futebol.
A Inglaterra de Reep se tornou o centro mundial dessa nova era do futebol.
Fantástico
visita empresa que trabalha para mais de 60 clubes e seleções do mundo
Na capital, Londres, o Fantástico visitou a Opta, empresa pioneira no setor. Eles tem como clientes mais de 60 clubes e seleções mundo afora, incluindo a brasileira.
Na capital, Londres, o Fantástico visitou a Opta, empresa pioneira no setor. Eles tem como clientes mais de 60 clubes e seleções mundo afora, incluindo a brasileira.
Em todos os
jogos o esquema é idêntico: uma equipe de profissionais de olhos e dedos
ligeiros destrincham os lances: passes, chutes, desarmes, distâncias
percorridas, velocidades.
Basta um clique para um treinador saber como o adversário do próximo jogo ataca, quanto o time dele corre, qual jogador do mercado é o mais indicado para a posição deficiente da equipe.
Basta um clique para um treinador saber como o adversário do próximo jogo ataca, quanto o time dele corre, qual jogador do mercado é o mais indicado para a posição deficiente da equipe.
“As
estatísticas te dão uma visão objetiva do futebol. É possível deixar os
preconceitos fora e ter um panorama completamente neutro do que ocorre no
jogo”, diz Simon Farrant, diretor da Opta Sports.
Clubes
investem em profissionais que transformam números em vantagens
O problema era lidar com tantos dados. Treinadores, e especialmente jogadores, não estão habituados a entender um calhamaço de estatísticas. Clubes e seleções então passaram a investir em profissionais capazes de transformar toda essa “numeralha”, em vantagens efetivas dentro de campo.
O problema era lidar com tantos dados. Treinadores, e especialmente jogadores, não estão habituados a entender um calhamaço de estatísticas. Clubes e seleções então passaram a investir em profissionais capazes de transformar toda essa “numeralha”, em vantagens efetivas dentro de campo.
O atual
Campeão Brasileiro foi buscar um profissional com formação nos Estados Unidos. André
Batista é o responsável pela análise de dados no Cruzeiro. No exterior, aprendeu
que não adianta esfregar gráfico na cara de jogador. Eles acreditam no que
podem ver na prática.
“A tradução dos dados para imagem é a maneira mais fácil de se compreender os números”, André Batista, analista de dados do Cruzeiro.
“A tradução dos dados para imagem é a maneira mais fácil de se compreender os números”, André Batista, analista de dados do Cruzeiro.
Analista
do Atlético-MG estudou como rivais executavam pênaltis em 2013
Há outro caso semelhante ali perto, no arqui-rival Atlético Mineiro.
Há outro caso semelhante ali perto, no arqui-rival Atlético Mineiro.
O analista
Adriano Ceolin estudou como os rivais da última Libertadores executavam
cobranças de pênaltis. Montou uma base de dados que mostrava com qual perna o
jogador batia o pênalti, em qual altura costumava chutar e em que parte do gol
mais mirava.
O goleiro
Vitor pegou três pênaltis, sendo decisivo nas quartas, nas semis e na final da
Libertadores.
“Eu trabalho com informação. Informação não ganha
jogo. A falta de informação pode te levar a uma derrota”, acredita Adriano
Ceolin.
A informação também permite que mitos do futebol sejam questionados. Será que cobrar um escanteio na área é mesmo uma boa chance de gol? Jogar a Copa em casa traz tanta vantagem assim? É o que vamos mostrar a partir do próximo domingo (11).
A informação também permite que mitos do futebol sejam questionados. Será que cobrar um escanteio na área é mesmo uma boa chance de gol? Jogar a Copa em casa traz tanta vantagem assim? É o que vamos mostrar a partir do próximo domingo (11).
Prepare-se!
Nada é o que parece na série Estatística Futebol Clube.
Texto em PDF:
Disponível
em < http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2014/05/profissionais-transformam-estatisticas-em-vantagens-no-futebol.html > Acesso dia 05 de maio de
2014.
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