Ciência - Mundo Científico –
Doenças que favorecem o ganho de peso
Hipotireoidismo,
ovários policísticos, insônia e outros problemas podem fazer as pessoas
engordarem
Por Minha Vida
04 de janeiro 2017
Há pessoas que seguem a fórmula da nutrição equilibrada e aumento dos
exercícios físicos e não alcançam bons resultados. Diante disso, a melhor coisa
é procurar um medico e fazer exames laboratoriais atrás de causas que podem
atrapalhar a perda de peso. Vale lembrar que apenas 5% dos
quadros de obesidade são causados por doenças endocrinológicas.
Contudo, ganho de peso é muito mais do que
falta de vontade, desleixo ou problema de autoestima. É resultado de vários
fatores, desde alterações químicas cerebrais, herança genética ou defeitos no
metabolismo energético.
Além disso, novas pesquisas científicas mostram que o ganho de peso não
depende só do desequilíbrio entre as calorias ingeridas e as gastas. O tipo de
bactéria que a pessoa tem na flora intestinal, a quantidade de cálcio que ela
ingere na dieta, seu nível de vitamina D ou substâncias tóxicas que interferem
na ação dos hormônios corporais que podem estar em plásticos, agrotóxicos,
produtos de limpeza e embalagens de alimentos também regulam a capacidade de engordar.
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Frequentemente, as pessoas atribuem o aumento de peso a problemas de
saúde e há situações clínicas que podem favorecer sim, o ganho de peso; e,
quando tratadas corretamente, favorecem a conquista de um peso saudável. Seguem
abaixo os quadros mais comuns:
Hipotireoidismo
É uma doença caracterizada pela baixa produção de hormônios pela
tireóide, uma glândula localizada na região do pescoço. Estes hormônios (T3 e
T4) são responsáveis pelo metabolismo e, em baixa quantidade, fazem com que o
desempenho do organismo todo se torne lento e limitado.
Sem a tireóide o ser humano não sobrevive, visto que nenhuma célula
funciona sem os hormônios produzidos pela glândula.
Dentre as causas principais de hipotireoidismo, está a Doença de
Hashimoto que é a forma mais comum, de prevalência genética, sendo uma doença
auto-imune e pode aparecer em qualquer idade, mas muito mais comum em mulheres.
Atinge cerca de 4% da população mundial.Entre os sintomas, o cansaço súbito e
contínuo chama a atenção. Pode ocorrer ganho de peso ou inchaço (geralmente com
aumento de poucos quilos), pele mais grossa e fria, sonolência, intolerância ao
frio, cabelos e unhas fracas, intestino mais preso, irregularidade menstrual ou
humor mais deprimido.
O diagnóstico é feito através de exames de sangue e ultrassom da
tireóide e o tratamento é muito simples, com reposição dos hormônios, na forma
de comprimidos de uso diário e contínuo. Geralmente, após 4 a 8 semanas, o
paciente volta ao seu estado normal.
Outras causas de hipotireoidismo são: retirada cirúrgica de um tumor ou
nódulo na glândula, tratamento de hipertireoidismo (alta produção dos hormônios
pela tireoide) com iodo radioativo, que pode acabar deixando o indivíduo com
hipotireoidismo; doenças na hipófise ou no hipotálamo.
Ovários policísticos
A Síndrome dos ovários policísticos desregula os hormônios (LH, FSH,
estrógeno, progesterona e testosterona) e interfere no funcionamento da
insulina. Quanto maior a quantidade de insulina no organismo, maior a sensação
de fome e mais energia é guardada na célula de gordura, principalmente
abdominal. Essa disfunção inclui sintomas de irregularidade menstrual, pele
oleosa, aumento de pelos corporais e dificuldade para emagrecer.
Doenças adrenais
As glândulas supra-renais ou adrenal, como também são chamadas, são
glândulas pequenas, localizadas acima de cada rim. Sintetizam hormônios
importantes no processo metabólico, como a aldosterona, cortisol, adrenalina e
noradrenalina, além de alguns hormônios sexuais como a testosterona.
A adrenalina e noradrenalina são hormônios importantes ativados diante
de condições de emergência, como emoções fortes, estresse, cirurgias e nos preparam o
organismo para a fuga ou luta.
A adrenalina aumenta o frequência cardíaca e a pressão arterial em
resposta ao estresse ou ansiedade. O fluxo sanguíneo para os músculos aumenta,
a pele empalidece, as pupilas dos olhos dilatam e o fígado libera glicose no
sangue. Estas alterações preparam o corpo para ação imediata, como sair
correndo por exemplo.
As corticosteronas (popularmente chamados corticóides) controlam o
metabolismo do sódio e do potássio e o aproveitamento dos açúcares, lipídios,
sais e água. Doença de Addison, a Síndrome de Cushing e o Feocromocitoma são
relacionadas às disfunções desse hormônio.
Genética
20 a 30% do peso das crianças é influenciado pelo peso dos pais, mas se
desde cedo for adotado um estilo de vida saudável, as chances de mudar a
tendência de engordar é imensa.
A gordura depositada na região do abdome reconhecidamente representa
maior risco de doença e a influência genética na distribuição de gordura é mais
difícil de mudar do que a de ganhar quilos.
Além disso, já foram descobertos mais de 100 genes que mostram a
tendência para engordar, alguns diminuem a saciedade, outros diminuem queima
calórica ou favorecem o estoque de mais gordura nas células, ou seja, na
sociedade atual estamos muito mais predispostos a ganhar do que a perder peso; por
isso uma atitude preventiva é necessária.
Menopausa
As mulheres entram na menopausa em idades variadas, mas
geralmente em torno de 45 e 53 anos. O envelhecimento, por si só já promove uma
queda no metabolismo basal, gerando aumento médio de peso. Após 40 anos,
perde-se em torno de 10% de massa magra por década.
A cada ano entre 40-60 anos, perdemos em média 200 g de músculo e
ganhamos 600g de gordura. Muitas mulheres se tornam menos ativas do que quando
jovens e a própria mudança dos hormônios pode interferir nos níveis de
serotonina, aumentando o apetite, gerando depressão ou piora da qualidade do
sono.
Além disso, é um momento de mudanças, onde os filhos crescem, saem de
casa e pode ocorrer a chamada Síndrome do ninho vazio.
Procurar um medico para ver se a reposição hormonal ou outros
medicamentos devem ser prescritos é mandatório. Do mesmo modo que, praticar
exercícios, que podem melhorar os níveis de serotonina, mas principalmente
favorecer o ganho de massa muscular através de atividades de resistência e
carga, como a musculação ou pilates.
O aumento de massa muscular promove maior queima de calorias em repouso,
facilitando manutenção de peso. Também o aumento de massa óssea que diminui na
menopausa, é favorecido pela atividade física.
Insônia
Falta de sono pode prejudicar o peso sim! Quando dormimos mal, diminuem
os níveis de leptina (hormônio que avisa o cérebro que estamos saciados e nos
faz parar de comer) e aumenta a ghrelina (hormônio que sobe antes das refeições
e nos "manda" comer).
A melatonina, hormônio indutor do sono também baixo, interfere na
qualidade do sono e na queima de gordura. Estudos mostram que a menor
incidência de obesidade ocorre quando se dorme entre 7-8 horas por noite,
principalmente no grupo de crianças e adolescentes.
Medicamentos
Uso de anti-inflamatórios hormonais, que levam à retenção hídrica e
aumento do apetite, medicações que interferem na função tireoidiana, como o
lítio e amiodarona, por exemplo, e medicações de uso psiquiátrico, que podem
levar ao aumento do apetite são outros obstáculos para o emagrecimento.
Gastrite
A gastrite pode acontecer de repente
(aguda) ou ir se desenvolvendo lentamente (crônica). Na maioria dos casos,
entretanto, não é um problema sério e melhora rapidamente com o tratamento.
Os sintomas incluem sensação de queimação, dor ou indigestão na região
superior do abdome que pode melhorar ou piorar com a alimentação. Quando a dor
melhora comendo pode acarretar ganho de peso.
Estresse
A vida moderna nos exige produtividade, energia, consumo e dar conta de
inúmeras obrigações. Essa enorme demanda afeta o nosso físico e emocional e
muitas vezes a comida é usada como energético ou mesmo como forma de nos
acalmar ou gerar sensação de bem-estar.
É real que alimentos doces, gordurosos ou massas refinadas geram aumento
nos níveis de serotonina, mas este efeito é passageiro e o pior,
"viciante". Por isso, o melhor caminho é a conscientização para
resolver os problemas ou angustias reais, ao invés de descontar na comida. Mas
como isso nem sempre é tão fácil assim, contamos com a prática de exercícios,
técnicas de relaxamento, exercícios respiratórios e terapia
cognitiva-comportamental como estratégias e se ainda assim mais ajuda for
necessária, há medicamentos que melhoram a química cerebral.
Nenhuma doença impede totalmente o indivíduo de perder peso, pelo
contrário, elas devem ser um fator a mais para motivar cuidados intensivos de
saúde, só que se percebermos que o nosso corpo não está respondendo aos nossos
esforços, corra para o médico e certamente elucidará o melhor caminho para
perda de peso!
Texto em PDF:
Disponível em < http://www.minhavida.com.br/alimentacao/materias/17166-doencas-que-favorecem-o-ganho-de-peso?utm_source=social&utm_medium=facebook&utm_campaign=editorial&utm_content=especialistas
> Acesso dia 04 de janeiro de 2017
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