quarta-feira, 8 de maio de 2013

Ciência – Mundo Cientifico - DNA encontrado nas ruas inspira retratos em 3D



Ciência – Mundo Cientifico -

DNA encontrado nas ruas inspira retratos em 3D
Por Discovery Brasil
19 de fevereiro de 2013

Já parou para pensar em quantas informações genéticas você espalha levianamente por aí? Aquele pedaço cuspido de chiclete, a bituca de cigarro amassada na calçada, os fios de cabelo que você deixou cair no metrô — todos eles carregam seu DNA.
Talvez você acredite que esses “detritos” simplesmente desaparecem nos desvãos da vida cotidiana, tragados por limpadores de ruas ou reciclados como ninhos de pássaros. Mas Heather Dewey-Hagborg, uma artista do Brooklyn, pensou em um destino diferente para eles: uma galeria de arte. Em seu projeto mais recente, “Stranger Visions”, ela criou esculturas em 3D de pessoas anônimas cujas informações genéticas foram encontradas em gomas de mascar, bitucas de cigarro e mechas de cabelo recolhidas nas ruas da cidade de Nova York.
Os retratos foram projetados a partir de três características: gênero, cor dos olhos e etnia materna. Utilizando um software que ela mesma desenvolveu, Dewey-Hagborg inseriu as características faciais em um computador e gerou diversas versões em 3D de cada rosto. Depois de definir qual delas era mais agradável esteticamente, ela usou uma impressora 3D para criar cada peça.
As esculturas não são uma réplica exata, já que apenas três características foram utilizadas na reconstrução. Dewey-Hagborg declarou ao site Co.Exist que as esculturas guardam mais uma “semelhança familiar” com o modelo em carne e osso.
“Em parte, isso se deve à minha necessidade de fazer mais experimentos – e também por ser simplesmente impossível”, explica.
Ainda assim, as esculturas instaladas nas paredes da galeria parecem bem vivas. A própria artista questiona o processo, sobretudo por gerar um rosto a partir de uma gama tão restrita de características físicas. Preencher as lacunas exigiu contribuições humanas e pesquisas em bancos de dados de protótipos étnicos ligados à ancestralidade materna, ambos recursos que podem gerar preconceitos culturais.
Dewey-Hagborg reconhece que o processo é “problemático”, mas espera que suas obras fomentem o debate sobre a subjetividade da análise de DNA e dos rostos gerados por computador.
“Isso envolve a criação de um estereótipo e a geração de rostos com base nessas ideias estereotipadas, algo que pretendo questionar com esse trabalho”, explica a artista.
Dewey-Hagborg pretende expandir o projeto para incluir outras características, como sardas e obesidade. Se você estava dando uma volta por um desses lugares do Brooklyn  no começo do mês passado, fumando um Parliament, Marlboro Light ou mascando um chiclete verde, dê uma olhada nesses retratos e veja se consegue se reconhecer neles.
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