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DNA encontrado nas ruas inspira retratos em 3D
Por Discovery Brasil
19 de fevereiro de 2013
Já parou
para pensar em quantas informações genéticas você espalha levianamente por aí?
Aquele pedaço cuspido de chiclete, a bituca de cigarro amassada na calçada, os
fios de cabelo que você deixou cair no metrô — todos eles carregam seu DNA.
Talvez você acredite que esses
“detritos” simplesmente desaparecem nos desvãos da vida cotidiana, tragados por
limpadores de ruas ou reciclados como ninhos de pássaros. Mas Heather Dewey-Hagborg, uma
artista do Brooklyn, pensou em um destino diferente para eles: uma galeria de
arte. Em seu projeto mais recente, “Stranger
Visions”, ela criou esculturas em 3D de pessoas anônimas cujas
informações genéticas foram encontradas em gomas de mascar, bitucas de cigarro
e mechas de cabelo recolhidas nas ruas da cidade de Nova York.
Os
retratos foram projetados a partir de três características: gênero, cor dos
olhos e etnia materna. Utilizando um software que ela mesma desenvolveu,
Dewey-Hagborg inseriu as características faciais em um computador e gerou
diversas versões em 3D de cada rosto. Depois de definir qual delas era mais
agradável esteticamente, ela usou uma impressora 3D para criar cada peça.
As esculturas não são uma
réplica exata, já que apenas três características foram utilizadas na
reconstrução. Dewey-Hagborg declarou ao site Co.Exist que
as esculturas guardam mais uma “semelhança familiar” com o modelo em carne e
osso.
“Em
parte, isso se deve à minha necessidade de fazer mais experimentos – e também
por ser simplesmente impossível”, explica.
Ainda
assim, as esculturas instaladas nas paredes da galeria parecem bem vivas. A
própria artista questiona o processo, sobretudo por gerar um rosto a partir de
uma gama tão restrita de características físicas. Preencher as lacunas exigiu
contribuições humanas e pesquisas em bancos de dados de protótipos étnicos
ligados à ancestralidade materna, ambos recursos que podem gerar preconceitos
culturais.
Dewey-Hagborg
reconhece que o processo é “problemático”, mas espera que suas obras fomentem o
debate sobre a subjetividade da análise de DNA e dos rostos gerados por
computador.
“Isso
envolve a criação de um estereótipo e a geração de rostos com base nessas
ideias estereotipadas, algo que pretendo questionar com esse trabalho”, explica
a artista.
Dewey-Hagborg
pretende expandir o projeto para incluir outras características, como sardas e
obesidade. Se você estava dando uma volta por um desses lugares do
Brooklyn no começo do mês passado, fumando um Parliament, Marlboro Light
ou mascando um chiclete verde, dê uma olhada nesses retratos e veja se consegue
se reconhecer neles.
Texto em
PDF:
Disponível
em < http://noticias.discoverybrasil.uol.com.br/dna-encontrado-nas-ruas-inspira-retratos-em-3d/
> Acesso dia 08 de maio de 2013.
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