Ciência – Mundo Cientifico –
Os riscos de viver sentado e o que fazer para evitá-los
Por
Discovery Brasil
15 de
maio de 2013
Ao ler este artigo,
é muito provável que você esteja sobre algum tipo de assento. Com a chegada da
televisão, dos computadores e de outros aparelhos eletrônicos, abandonamos a
verticalidade para fins recreativos e profissionais, e passamos a nos
movimentar cada vez menos.
Atualmente, passamos cerca 9,3 de
horas por
dia sentados, enquanto dormimos apenas 7,7 horas. Segundo um
estudo recente da Associação Americana de Câncer, quem passa mais de seis horas
por dia sentado tem 40% mais probabilidade de morrer em um período de 15 anos
(mesmo que pratique exercícios).
O problema – a falta de preparo do corpo para tanto tempo de inatividade
– é tão grave que está sendo considerado o novo tabagismo. Conheça abaixo
alguns riscos de permanecer muito tempo sentado:
1. Aumento de peso
Segundo números citados pela NBC, a taxa de mortalidade atual é
43% menor que há 50 anos, mas, na época, menos de 1% dos habitantes eram
diabéticos e a obesidade rondava os 13%. Em comparação aos números atuais, o
diabetes cresceu 6% e os índices de obesidade quase triplicaram, chegando a
36%. A principal causa dessa alteração é o sedentarismo, seguido pela má
alimentação.
O excesso de peso e as doenças também atingem os mais jovens: o diabetes
tipo 2, que antes acometia exclusivamente os adultos, agora afeta crianças e
adolescentes. Além disso, nos Estados Unidos, 61% das crianças entre cinco
e dez anos apresentam um fator de risco de desenvolver uma doença cardíaca.
Essa mudança de hábitos e o comprometimento da saúde geram um impacto
direto sobre os gastos públicos. Em 1995, o orçamento norte-americano destinou
52 bilhões de dólares para combater doenças ligadas à obesidade, contra 75
bilhões em 2003.
2. Alterações metabólicas
A posição não é das melhores: estar
sentado é uma das piores formas de inatividade (até do que estar deitado). A
atividade elétrica dos músculos diminui
de forma drástica, o que gera uma mudança significativa no metabolismo. Quando
estamos sentados, o corpo queima um terço das calorias que consome quando está
em movimento ou caminhando.
Esses pontos não são novidade no mundo da medicina. Em 1953, um grupo de
especialistas britânicos analisou a inatividade de motoristas de ônibus em
relação ao movimento dos condutores de trólebus. O primeiro grupo permanecia
sentado durante a maior parte da jornada de trabalho, enquanto o segundo se
movimentava constantemente, subindo e descendo escadas e percorrendo os
corredores dos veículos. O levantamento determinou que os que passavam muito
tempo sentados tinham até o dobro de chance de morrer de uma doença cardíaca.
3. Problemas de postura
Um estudo divulgado pela BBC revela que ficar muito tempo sentado não
garante a integridade do corpo. Os ângulos de inclinação do tronco em relação
ao espaldar, de 70° a 90°, podem causar, a longo prazo, dores na parte inferior
das costas. As vértebras tendem a se deslocar quando se permanece sentado na
mesma posição.
Os médicos recomendam uma posição mais “relaxada”: recostar-se sobre o
assento até formar um ângulo próximo dos 135°. Ela evita que você escorregue da
cadeira, mas exerce uma pressão menor sobre a região lombar.
Dicas para reduzir o tempo sentado
Para alguns, passar cerca de oito horas por dia sentado no trabalho é
inevitável. No entanto, é preciso realizar algumas atividades para reduzir o
tempo nessa posição fora do espaço profissional. Como os 30 minutos diários de
exercícios recomendados não são suficientes para combater a inatividade, é
preciso aproveitar o tempo ao máximo.
Por isso, sempre que puder, faça alongamentos, pequenas caminhadas e
diferentes tipos de saltos para não deixar seu corpo em repouso durante muito
tempo.
Se tiver ânimo, você pode tentar trabalhar em
pé, com uma mesa alta, o que diminuiria as dores no
corpo e aumentaria a energia, além de promover a concentração. O ex-secretário
de Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld, é um famoso
partidário desse tipo de trabalho.
As aulas e escritórios sem assentos
do futuro
Existem pessoas que se dedicam a redesenhar os ambientes para torná-los
mais dinâmicos. Um deles é o doutor James Levine, pesquisador da Clínica Mayo,
em Minnesota, que criou cursos escolares sem cadeiras.
Uma sala de aula do ensino fundamental criada por ele não tem assentos e
dispõe de espaços para as crianças engatinharem e caminharem sobre tapetes, com
palavras para ampliar o vocabulário e plataformas que devem saltar enquanto
resolvem problemas matemáticos.
Levine também inventou o criativo “escritório ambulante”, que combina um
espaço produtivo com uma esteira de corrida, seguindo a crescente tendência de
trabalhar de pé.
Até que esses espaços sejam incorporados à vida cotidiana, o mais
importante é aumentar a consciência corporal e criar um equilíbrio entre as
obrigações e o bem-estar. Você conhecia esses riscos? Passa muito tempo
sentado?
Texto em PDF:
Disponível em < http://noticias.discoverybrasil.uol.com.br/os-riscos-de-viver-sentado-e-o-que-fazer-para-evita-los/
> Acesso dia 12 de junho de 2013.
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