Ciência
– Mundo Cientifico –
Computador analisa imagens para 'aprender' bom senso
sozinho
Por BBC Brasil
30 de novembro de 2013
Projeto quer
fazer com que computadores aprendam sem ser programados
Um programa de
computador está "aprendendo sozinho" como adquirir bom senso
através da análise de fotos do dia a dia.
O Never Ending Image Learner (NEIL,
em inglês) - ou Aprendiz Sem Fimde Imagens, em português - é
um projeto
da universidade Carnegie Mellon, nos Estados Unidos.
O objetivo do projeto é verificar se os computadores conseguem
identificar – da mesma forma como fazem os humanos – aspectos comuns
encontrados em imagens, como por exemplo perceber que barcos costumam navegar
na água.
O computador do projeto NEIL passa todas as horas do dia analisando
imagens. Desde julho, foram três milhões de imagens registradas.
Até agora o programa conseguiu identificar 1,5 mil objetos e 1,2 mil
paisagens, além de descobrir 2,5 mil associações entre objetos presentes em
diferentes fotos.
Os pesquisadores querem que o NEIL consiga aprender sobre a relação
entre objetos diferentes sem precisar ser "ensinado" – ou seja,
programado por humanos para fazê-lo.
"As imagens são a melhor forma de aprender sobre propriedades
visuais", diz o pesquisador Abhinav Gupta, do Instituto de Robótica da
Carnegie Mellon.
"Elas também trazem muita
informação de bom
senso sobre o resto do mundo. As pessoas aprendem isso sozinhas, e
queremos que, da mesma forma, o NEIL faça isso."
Carros e patos
O NEIL já conseguiu "aprender" algumas coisas sozinho, como o
fato de que carros estão bastante relacionados a estradas, e que patos se
parecem com gansos.
Mas o programa também erra. O computador pode confundir o termo
"pink" ("rosa") com uma famosa cantora com o mesmo nome.
Por conta destes erros, os humanos que controlam o computador do projeto
NEIL ainda precisam interferir no seu processo de aprendizagem.
"As pessoas não sabem direito como nem o que ensinar aos
computadores", diz o estudante de doutorado Abhinav Shivastava, que
trabalha no laboratório.
"Mas os humanos são bons para dizer quando os computadores
erram."
Outra função do NEIL é ajudar a criar
o maior banco de
dados visuais do mundo, onde objetos, paisagens, ações, atributos e
relações podem ser rotulados e catalogados.
"O que aprendemos nos últimos
cinco ou dez anos de pesquisa sobrevisão computacional é que quanto
mais dados conseguimos, melhor a capacidade de visão dos computadores",
diz Gupta.
O supercomputador precisa de bastante memória para rodar, com mais de
200 processadores. Os pesquisadores têm planos de deixar o NEIL rodando por
tempo indeterminado.
Texto em PDF:
Disponível em < http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/11/131130_computador_bomsenso_dg.shtml
> Acesso dia 17 de dezembro de 2013.
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