terça-feira, 6 de maio de 2014

Ciência – Mundo Cientifico – Cientista cria músculos de anzol 100 vezes mais fortes que músculos humanos

Ciência – Mundo Cientifico –

Cientista cria músculos de anzol 100 vezes mais fortes que músculos humanos

Por Discovery
11 de março de 2014



Pesquisadores estão usando fibras de linha de pesca e linhas de costura para criar músculos artificiais de baixo-custo que poderiam ser usados em dispositivos médicos, robôs humanóides, próteses ou mesmo em tecidos.
Imagine robôs ou exoesqueletos com força sobre-humana, construídos com materiais que você pode encontrar em qualquer loja comum? Essa realidade está cada vez mais próxima.
Em um estudo publicado na Science, pesquisadores internacionais, incluindo a University of British Columbia Electrical, o professor de Engenharia da Computação John Madden e o candidato a PhD Seyed Mohammad Mirvakili, detalharam como criar músculos artificiais de baixo-custo que geram mais força e poder que músculos humanos ou de animais do mesmo tamanho. Da equipe de desenvolvimento fazem parte também os brasileiros Márcio Lima e Mônica Jung de Andrade, do Instituto de Nanotecnologia da Universidade de Dallas, nos Estados Unidos.
“Em termos de força e poder do músculo artificial, nós descobrimos que ele pode facilmente levantar até 100 vezes mais peso que um músculo humano do mesmo tamanho, em uma única contração.”, disse Madden em um comunicado. “Ele também tem mais potência para o seu peso do que um motor de combustão de automóvel”.
Músculos artificiais foram feitos de materiais com fios de metal e nanotubos de carbono no passado, mas os pesquisadores e fabricantes sabem que isso significa também custos altos e materiais difíceis de serem controlados e fabricados. Ligas metálicas que “memorizam” seu formato original, podem chegar a custar até US$ 5 mil por quilograma. Enquanto isso, os materiais usados neste estudo são estimados em pouco mais de US$ 5, e podem ser encontrados nas prateleiras de qualquer loja comum.
Madden e seus colegas de universidades da Austrália, Coréis do Sul, EUA, Turquia e China usaram fibras de polímero de alta resistência feitas de polietileno e nylon que, quando torcidas, criam músculos artificiais capazes de contrair e relaxar
Os músculos são estimulados termicamente por mudanças de temperatura, que podem ser produzidos eletricamente, pela absorção de luz ou por reações químicas. A torção da fibra de polímero converte isso a uma torção muscular que pode acionar um mecanismo a mais de 10 mil rotações por minuto. Com uma torção adicional, a fibra do polímero enrola como um elástico fortemente torcido, produzindo um músculo que contrai ao longo de seu comprimento quando aquecido, e que retorna ao seu estado normal quando esfriado.
Superforça
Comparado a músculos naturais, que se contraem em cerca de 20%, estes músculos com linha de anzol podem contrair até 50% de seu comprimento. Esses músculos são capazes de suportar milhões de ciclos. A princípio, eles foram demonstrados para manipularem uma pinça cirúrgica.
Torcendo juntos um pacote de linhas de pesca, cujo diâmetro total é igual a 10 vezes o diâmetro de um fio de cabelo humano, produz-se um músculo artificial capaz de levantar 7,2 quilogramas. Se esses músculos operarem em paralelo, como os músculos humanos funcionam, uma centena deles será capaz de levantar 800 quilogramas de peso.
É um mundo novo de possibilidades que se abre. Hoje, robôs humanóides, exoesqueletos ou próteses dependem de energia provida por motores ou pela hidráulica, o que as tornam menos habilidosas e ágeis que mãos humanas, por exemplo. Mais isso pode ir além.
Operando independentemente músculos de polímero com diâmetro inferior a um fio de cabelo humano, pode ser possível trazer expressões faciais para robôs humanóides. O parceiro de pesquisa, Dr. Ray Baughman, da University of Texas em Dallas, disse que os músculos podem ser usados para aplicações onde forças sobre-humanas são necessários, como em robôs ou exoesqueletos.


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