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Cientistas
criam tecido ósseo com células da pele de um macaco
Por Discovery Brasil
21 de maio de 2014
Uma das autoras do estudo, a Dra. Cynthia Dunbar, do
Instituto Nacional do Coração, Pulmão e Sangue dos Estados Unidos, afirma que
os resultados, de certa forma, abordam as preocupações e questões éticas
ligadas ao uso de células-tronco embrionárias.
Em trabalhos anteriores nessa
área, ratos imunodeficientes receberam células-tronco humanas do tipo iPSs,
explica Dunbar. “Mas devido às diferenças entre as duas espécies, as células
não se comportam normalmente nos ratos, e a ausência do sistema imunológico
impede que os processos inflamatórios e de rejeição imunológica sejam
estudados”, acrescenta.
Como o macaco é a espécie mais
próxima do homem, com órgãos, estrutura de tecidos e sistema imunológico
semelhantes, testar as iPSs de macaco na própria espécie poderia indicar a
segurança e a eficácia do processo em seres humanos, explica Dunbar.
Para o estudo, células
epidérmicas de macacos Rhesus foram extraídas para o cultivo de células-tronco
pluripotentes induzidas, as chamadas iPSs, que posteriormente deram origem às
células de tecido ósseo.
Segundo Dunbar, as células ósseas
foram então implantadas nos macacos por meio de partículas de cerâmica, que já
são usadas em cirurgias reconstrutivas de preenchimento ou reconstrução de
ossos comprometidos.
Os implantes foram extraídos
depois de oito, 12 e 16 semanas, e os pesquisadores observaram o início da
formação óssea depois da oitava semana.
Dunbar explica que, ao contrário
de estudos com célula iPSs injetadas em ratos, o risco de desenvolvimento de
tumores nos macacos Rhesus foi baixo. ”Os teratomas (tumores) se formaram
apenas depois da injeção de doses muito elevadas de iPSCs indiferenciadas em
animais, e mesmo assim os teratomas cresceram muito lentamente”.
A técnica produz células-tronco
que podem ser personalizadas para cada paciente, evitando uma possível rejeição
imunológica ao enxerto, explica Dunbar. Ele descreveu os resultados como
“encorajadores quanto à segurança da terapia com células-tronco pluripotentes.
No entanto, o estudo é pequeno e indica a segurança de apenas um tipo de célula
especializada, sem mostrar diretamente se os enxertos ósseos conseguem
recuperar e cicatrizar fraturas”, acrescenta.
Dunbar informa que a equipe agora
está trabalhando na criação de modelos de iPSs para o tratamento de doenças do
fígado, coração e medula óssea.
“Esperamos que o modelo sólido
estabelecido neste artigo possa ser usado para aumentar a segurança e eficácia
das primeiras terapias com células-tronco em humanos”.
Texto em PDF:
Disponível em < http://noticias.discoverybrasil.uol.com.br/cientistas-criam-tecido-osseo-com-celulas-da-pele-de-um-macaco/
> Acesso dia 21 de maio de 2014.
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