segunda-feira, 12 de maio de 2014

Ciência – Mundo Cientifico – Estatísticas mostram que em disputa de pênaltis vence quem bate primeiro


Ciência – Mundo Cientifico –

Estatísticas mostram que em disputa de pênaltis vence quem bate primeiro


Por Fantástico
11 de maio de 2014

Estatística F.C contesta velhas certezas do futebol. Números mostram que se livrar de Bola Murcha vale mais do que contratar um Bola Cheia.

Responda rápido: numa cobrança de escanteio, as chances de gol são realmente grandes? E nos pênaltis? Quem começa batendo leva mesmo vantagem? E qual é o melhor momento para se mexer no time?
Às vésperas da Copa, todo mundo discute futebol e acha que entende.
O semblante muda na hora. A esperança renasce. Afinal, o time conseguiu um escanteio. Vai alçar a bola na área e ficar perto do gol.

Reações de empolgação com esse tipo lance são comuns no
 mundo todo e sempre deixaram o professor Chris Anderson curioso.
Ele é economista, está habituado a lidar com números. Então, foi investigar, com base em estatísticas, se cruzar a bola na área de fato aumenta a chance de gol e se devemos criar expectativa quando temos um escanteio a favor.

Chris pesquisou e descobriu que, em média, 89% das finalizações após os escanteios não dão em nada. Um gol, nesse lance, só sai a cada dez jogos.
“Se você olhar os números, os escanteios não são tão interessantes. Alguns times já começam a prestar atenção nisso e, às vezes, preferem tocar a bola curta e buscar outro tipo de jogada”, afirma o economista e escritor Chris Anderson.

Chris não parou por aí. E, a partir de estatísticas, descobriu que velhas certezas do futebol podem ser contestadas. Um bom exemplo é aquela tradicional queda de braço entre torcida e técnico, quando as arquibancadas pedem uma mudança no time e o treinador não atende.
As estatísticas revelam: os comandantes que começam a trocar atletas antes dos 12 minutos do segundo tempo tem duas vezes mais chance de virar o jogo do que quem reluta e espera demais.

“Falando em termos práticos, há muito
 sobre futebol que não sabemos. Temos que questionar velhas máximas. Mesmo as perguntas muito básicas podem levar a resultados muito importantes”, destaca Chris Anderson.

É precisamente o caso das disputas de pênaltis. As estatísticas ensinam que alguns detalhes que muitos treinadores desprezam são, na verdade, importantes para
 vencer a sequência de cobranças alternadas, inclusive as que envolvem pura sorte.

Acredite: o momento em que o juiz arremessa a moeda para sortear qual equipe vai bater primeiro, faz diferença. O time que começa chutando os pênaltis vence 60% dos duelos.
Há ainda algo mais impressionante sobre o último batedor, aquele que executa a cobrança decisiva para manter o time vivo na disputa. Se ele errar, a equipe está eliminada.

Os jogadores costumam acertar quase 70% dos pênaltis que chutam, mas, na última cobrança, o aproveitamento desaba para menos de 15%.
Já vimos isso acontecer na série contra a Itália, que valeu o tetra em 94. Roberto Baggio, omelhor jogador do time, tinha que acertar a última cobrança para seguir na disputa. E fez o que fez. Ou melhor, não fez.
Por falar em Baggio, o mito mais polêmico que o professor Chris gosta de debater tem a ver justamente com os craques e também com os jogadores pernas de pau. Ou, se preferir, o Bola Cheia e o Bola Murcha da equipe.
Quem você acha mais decisivo para um time: o melhor jogador, aquele que é capaz de executar lances mágicos, ou o pior atleta, que sempre comete os erros mais bobos?

A resposta soa óbvia. Pensamos logo no craque como aquele que pode nos assegurar uma vitória, mas os números oferecem outra perspectiva.
 
“Nós acompanhamos as grandes estrelas. Neymar, Messi, Cristiano Ronaldo. Mas a verdade é que eles não refletem de verdade o que é o futebol. O futebol é um
 jogo de erros. Os times, de forma geral, marcam poucos gols, pouquíssimos. Na Inglaterra, por exemplo, a média é de 1,3 gols por jogo. Se sabemos que vamos marcar apenas uma vez por partida, é muito importante que não tomemos um gol”, explica Chris Anderson.
Chris notou que os erros dos jogadores mais fracos são justamente os que levam os times a tomar gols. Eles, sim, são decisivos.
“Eu quero craques, claro, mas os atletas que vão definir quem vai perder ou ganhar são os fracos, os pernas de pau”, afirma o economista.

Eis a moral científica da história: vale mais se livrar de um Bola Murcha do que contratar um
 Bola Cheia.

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