Ciência
– Mundo Cientifico –
Estatísticas
mostram que em disputa de pênaltis vence quem bate primeiro
Por Fantástico
11 de maio de 2014
Estatística F.C contesta velhas certezas do
futebol. Números mostram que se livrar de Bola Murcha vale mais do que
contratar um Bola Cheia.
Responda
rápido: numa cobrança de escanteio, as chances de gol são realmente grandes? E
nos pênaltis? Quem começa batendo leva mesmo vantagem? E qual é o melhor
momento para se mexer no time?
Às vésperas
da Copa, todo mundo discute futebol e acha que entende.
O semblante
muda na hora. A esperança renasce. Afinal, o time conseguiu um escanteio. Vai
alçar a bola na área e ficar perto do gol.
Reações de empolgação com esse tipo lance são comuns no mundo todo e sempre deixaram o professor Chris Anderson curioso.
Reações de empolgação com esse tipo lance são comuns no mundo todo e sempre deixaram o professor Chris Anderson curioso.
Ele é
economista, está habituado a lidar com números. Então, foi investigar, com
base em estatísticas, se cruzar a bola na área de fato aumenta a chance de gol
e se devemos criar expectativa quando temos um escanteio a favor.
Chris pesquisou e descobriu que, em média, 89% das finalizações após os escanteios não dão em nada. Um gol, nesse lance, só sai a cada dez jogos.
Chris pesquisou e descobriu que, em média, 89% das finalizações após os escanteios não dão em nada. Um gol, nesse lance, só sai a cada dez jogos.
“Se você
olhar os números, os escanteios não são tão interessantes. Alguns times já
começam a prestar atenção nisso e, às vezes, preferem tocar a bola curta e
buscar outro tipo de jogada”, afirma o economista e escritor Chris Anderson.
Chris não parou por aí. E, a partir de estatísticas, descobriu que velhas certezas do futebol podem ser contestadas. Um bom exemplo é aquela tradicional queda de braço entre torcida e técnico, quando as arquibancadas pedem uma mudança no time e o treinador não atende.
Chris não parou por aí. E, a partir de estatísticas, descobriu que velhas certezas do futebol podem ser contestadas. Um bom exemplo é aquela tradicional queda de braço entre torcida e técnico, quando as arquibancadas pedem uma mudança no time e o treinador não atende.
As
estatísticas revelam: os comandantes que começam a trocar atletas antes dos 12
minutos do segundo tempo tem duas vezes mais chance de virar o jogo do que quem
reluta e espera demais.
“Falando em termos práticos, há muito sobre futebol que não sabemos. Temos que questionar velhas máximas. Mesmo as perguntas muito básicas podem levar a resultados muito importantes”, destaca Chris Anderson.
É precisamente o caso das disputas de pênaltis. As estatísticas ensinam que alguns detalhes que muitos treinadores desprezam são, na verdade, importantes para vencer a sequência de cobranças alternadas, inclusive as que envolvem pura sorte.
Acredite: o momento em que o juiz arremessa a moeda para sortear qual equipe vai bater primeiro, faz diferença. O time que começa chutando os pênaltis vence 60% dos duelos.
“Falando em termos práticos, há muito sobre futebol que não sabemos. Temos que questionar velhas máximas. Mesmo as perguntas muito básicas podem levar a resultados muito importantes”, destaca Chris Anderson.
É precisamente o caso das disputas de pênaltis. As estatísticas ensinam que alguns detalhes que muitos treinadores desprezam são, na verdade, importantes para vencer a sequência de cobranças alternadas, inclusive as que envolvem pura sorte.
Acredite: o momento em que o juiz arremessa a moeda para sortear qual equipe vai bater primeiro, faz diferença. O time que começa chutando os pênaltis vence 60% dos duelos.
Há ainda
algo mais impressionante sobre o último batedor, aquele que executa a cobrança
decisiva para manter o time vivo na disputa. Se ele errar, a equipe está
eliminada.
Os jogadores costumam acertar quase 70% dos pênaltis que chutam, mas, na última cobrança, o aproveitamento desaba para menos de 15%.
Os jogadores costumam acertar quase 70% dos pênaltis que chutam, mas, na última cobrança, o aproveitamento desaba para menos de 15%.
Já vimos
isso acontecer na série contra a Itália, que valeu o tetra em 94. Roberto
Baggio, omelhor jogador do time, tinha que acertar a última
cobrança para seguir na disputa. E fez o que fez. Ou melhor, não fez.
Por falar
em Baggio, o mito mais polêmico que o professor Chris gosta de debater tem a
ver justamente com os craques e também com os jogadores pernas de pau. Ou, se preferir, o Bola Cheia e o
Bola Murcha da equipe.
Quem você
acha mais decisivo para um time: o melhor jogador, aquele que é capaz de
executar lances mágicos, ou o pior atleta, que sempre comete os erros mais
bobos?
A resposta soa óbvia. Pensamos logo no craque como aquele que pode nos assegurar uma vitória, mas os números oferecem outra perspectiva.
“Nós acompanhamos as grandes estrelas. Neymar, Messi, Cristiano Ronaldo. Mas a verdade é que eles não refletem de verdade o que é o futebol. O futebol é um jogo de erros. Os times, de forma geral, marcam poucos gols, pouquíssimos. Na Inglaterra, por exemplo, a média é de 1,3 gols por jogo. Se sabemos que vamos marcar apenas uma vez por partida, é muito importante que não tomemos um gol”, explica Chris Anderson.
A resposta soa óbvia. Pensamos logo no craque como aquele que pode nos assegurar uma vitória, mas os números oferecem outra perspectiva.
“Nós acompanhamos as grandes estrelas. Neymar, Messi, Cristiano Ronaldo. Mas a verdade é que eles não refletem de verdade o que é o futebol. O futebol é um jogo de erros. Os times, de forma geral, marcam poucos gols, pouquíssimos. Na Inglaterra, por exemplo, a média é de 1,3 gols por jogo. Se sabemos que vamos marcar apenas uma vez por partida, é muito importante que não tomemos um gol”, explica Chris Anderson.
Chris notou
que os erros dos jogadores mais fracos são justamente os que levam os times a
tomar gols. Eles, sim, são decisivos.
“Eu quero
craques, claro, mas os atletas que vão definir quem vai perder ou ganhar são os
fracos, os pernas de pau”, afirma o economista.
Eis a moral científica da história: vale mais se livrar de um Bola Murcha do que contratar um Bola Cheia.
Eis a moral científica da história: vale mais se livrar de um Bola Murcha do que contratar um Bola Cheia.
Texto em PDF:
Disponível em < http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2014/05/estatisticas-mostram-que-em-disputa-de-penaltis-vence-quem-bate-primeiro.html
> Acesso dia 12 de maio de 2014.
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