Ciência
– Mundo Cientifico –
Estudo: calor excessivo em jogos da Copa
pode levar à morte
Por Terra
16 de maio de 2014
Responsável por um estudo
que mediu a temperatura de atletas enquanto disputavam partidas de futebol nas
regiões norte, nordeste e centro-oeste durante horários de pico solar, entre
10h e 17h (de Brasília), o fisiologista Turíbio Leite alertou que os resultados
obtidos são preocupantes. O teste teve como objetivo simular partidas da Copa
do Mundo no Brasil que serão disputadas nestas condições.
"Há
diferenças individuais, mas alguns atletas chegaram a passar de 40 graus de
temperatura. Não adianta medir a temperatura ambiente, porque você não saberá
qual é a repercussão disso no organismo. Também percebemos que, quando se
solicitava ao jogador para que descrevesse como estava se sentindo, ele dizia
que não era nada demais. O atleta é acostumado ao sofrimento, faz parte do dia
a dia dele, só que a vunerabilidade do sistema nervoso central é a mesma
de qualquer sedentário. É um perigo silencioso, assintomático", explicou o
médico.
A
pesquisa, realizada por meio de capsulas ingeridas por jogadores que permitiram
aos médicos fazer a medição da temperatura por telemetria, serviu de base para
a Fenapaf (Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol) entrar com
uma ação na Justiça brasileira pedindo adiamento nos horários dos jogos da Copa
que se encaixam nas condições analisadas para no mínimo 17h.
Assim como na Copa das
Confederações, diversas partidas foram agendadas para as 13h. Segundo Leite, a
medida proposta pela ação é a ideal, mesmo que as paradas técnicas tenham
capacidade para amenizar o problema.
"A parada para hidratação atenua bastante a temperatura elevada, é um
ponto importante e deve estar presente em todos os jogos. Mas investigamos
que, mesmo com essa pausa, muitos atletas continuavam a ter a temperatura muito
alta. É algo que atenua, mas não resolve. Também não se deve deixar isso a
critério de árbitros, já que ele não consegue essas informações em tempo real.
Deve ser obrigatório".
Turíbio
Leite ainda comentou que as consequências são variadas e mudam de indivíduo
para indivíduo, mas não descartou possibilidade de morte de um jogador em
decorrência do aumento na temperatura central do corpo.
"Pode
acontecer desde uma situação de mal-estar, vômitos, tonturas ou desmaios, como
também não é terrorismo dizer que pode levar a um caso de lesão neurológica,
que, por sua vez, pode resultar em coma ou até ao óbito. Os resultados falam
por si mesmos mais que qualquer argumentação. Nos episódios de morte que temos
registrado no futebol, são duas as possibilidades. Uma é um problema cardíaco,
outra é hipertermia ou morte súbida, que é difícil de ser detectada e
acontece devido ao calor", disse o médico, que trabalhou no São Paulo por
25 anos.
Texto em PDF:
Disponível em < http://esportes.terra.com.br/futebol/copa-2014/estudo-calor-excessivo-em-jogos-da-copa-pode-levar-a-morte,3f80b87cd9106410VgnCLD2000000ec6eb0aRCRD.html
> Acesso dia 20 de maio de 2014.
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